O Ministério Público da Paraíba recomendou, nesta segunda-feira (21), a manutenção do arquivamento das investigações sobre o desaparecimento da menina Ana Sophia, ocorrido há dois anos no distrito de Roma, em Bananeiras. O corpo da criança nunca foi localizado, e o principal suspeito, Tiago Fontes, foi encontrado morto em 2023.
De acordo com o parecer do promotor responsável pelo caso, não surgiram fatos novos que justifiquem a reabertura do inquérito, que já havia sido encerrado com base em provas periciais, depoimentos e análises técnicas que indicaram Tiago como autor do crime. Segundo o Ministério Público, todas as linhas de investigação foram exploradas pela Polícia Civil, incluindo a possibilidade de envolvimento de outras pessoas.
A recomendação do MP será encaminhada à Justiça, que decidirá se o caso continuará arquivado. A família da criança solicitou a reabertura do inquérito, alegando que alguns pontos não foram devidamente analisados e que testemunhas poderiam ser ouvidas novamente. No entanto, o órgão ministerial afirmou que ouvir novamente as mesmas pessoas não representa fato novo e que o prazo para contestar o arquivamento já expirou.
A Polícia Civil, por sua vez, reafirma que o inquérito foi conduzido com rigor técnico e resultou na produção de provas suficientes para identificar o responsável. Entre os elementos reunidos estão registros de vídeo que mostram Ana Sophia entrando na casa de Tiago e não saindo mais, além de buscas em seu celular relacionadas a assassinato e ocultação de cadáver.
O inquérito concluiu que o crime foi premeditado, com motivação sexual, e que Tiago Fontes agiu sozinho. Ele chegou a ser interrogado em diversas ocasiões e, segundo os investigadores, demonstrou contradições e chegou a se aproximar de uma confissão.
Tiago desapareceu em setembro de 2023 e foi encontrado morto em uma área de mata no município. O corpo estava em avançado estado de decomposição, sem sinais de violência aparente, e próximo a uma cama improvisada e uma garrafa de bebida alcoólica. A polícia trata a morte como suicídio.
Mesmo com o caso encerrado oficialmente, o desaparecimento de Ana Sophia ainda gera comoção entre moradores de Bananeiras e familiares, que lamentam não terem conseguido sequer sepultar o corpo da menina. O inquérito segue sob sigilo judicial.
Comente sobre o post