Mais de 11 milhões de dados vinculados a chaves Pix foram indevidamente acessados entre os dias 20 e 21 de julho, conforme confirmaram nesta quinta-feira (24) o Banco Central e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O incidente aconteceu no Sisbajud, sistema usado pelo Judiciário para rastrear ativos bancários, e acendeu um novo alerta sobre a fragilidade das estruturas digitais que lidam com informações sensíveis.
Diferente de vazamentos anteriores que comprometem senhas ou saldos, desta vez os dados expostos incluíam nome completo, chave Pix, banco de origem, número da conta e da agência. Apesar disso, tanto o BC quanto o CNJ garantem que não houve brecha para movimentações financeiras nem acesso a informações protegidas por sigilo bancário.
Segundo o CNJ, o problema foi detectado e corrigido com agilidade, e o sistema já voltou a funcionar. Ainda assim, o episódio mobilizou a Polícia Federal e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que acompanham o caso.
O vazamento pode servir como porta de entrada para tentativas de fraude e golpes, segundo alerta do próprio CNJ. Por isso, a recomendação é redobrar a atenção a mensagens ou ligações suspeitas, especialmente aquelas que solicitam dados bancários ou pedem transferências. A instituição deixou claro que não entra em contato com os cidadãos por e-mail, telefone ou SMS. Um canal oficial será disponibilizado para que os usuários verifiquem se seus dados foram comprometidos.
O incidente também reforça a importância da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que determina, no artigo 48, a obrigação de comunicar publicamente todo vazamento que represente risco relevante aos cidadãos.
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