A Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, em investigação que apura suposto esquema de manipulação de apostas. O cerne do caso é a suspeita de que Bruno teria provocado intencionalmente um cartão amarelo na partida contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023, realizada no Mané Garrincha.
Denúncia aceita apenas pela fraude esportiva
O juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, acolheu apenas parte da acusação: o crime de fraude a evento esportivo previsto no artigo 200 da Lei Geral do Esporte. A acusação de estelionato foi rejeitada por não conter elementos suficientes. A pena prevista vai de dois a seis anos de reclusão, além de multa. Os réus têm dez dias para apresentarem defesa formal.
Esquema detalhado pelo MP
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Bruno Henrique agiu com “intencionalidade premeditada” para ser punido com cartão, favorecendo apostadores que incluíam familiares próximos. O órgão também propôs uma reparação por danos morais coletivos no valor de R$ 2 milhões, além de fiança pela mesma quantia, medida que foi rejeitada pela Justiça.
A denúncia se baseia em indícios como volume atípico de apostas nas casas GaleraBet, Kaizen Gaming e KTO, realizadas por contas recém-cadastradas com origem em Belo Horizonte, cidade natal de Bruno, vinculadas a parentes e amigos.
Lance controvertido e apuração da PF
O cartão em questão ocorreu nos minutos finais da partida, quando Bruno foi advertido após uma falta mínima, segundo a súmula, o árbitro considerou falta inexistente. Em seguida, foi expulso com cartão vermelho por xingar o árbitro. O alerta sobre o caso partiu de monitoramento de apostas por volume incomum antes da partida.
Em novembro de 2024, a Polícia Federal chegou a cumprir 12 mandados de busca e apreensão, inclusive na residência e CT do jogador, colhendo telefones e computadores.
Reações e contexto
Em nota, a defesa de Bruno Henrique sustenta que a punição por cartão não seria suficiente para alterar o resultado de um campeonato. Alega ainda que esclarecimentos no curso do processo poderão levar ao arquivamento da ação.
Nas redes, fãs e torcedores comentam o contraste entre salário elevado do jogador e os valores modestos envolvidos nas apostas, além do risco de reputação. Um comentário informal resume bem a percepção:
“Parentes e amigos criaram contas recentemente e apostaram uma quantidade grande de dinheiro […] para ele receber um cartão amarelo”
“Lucro de 13 k. […] apostas pro BH tomar cartão representaram 95‑98% do dinheiro apostado nesse jogo”
Próximos passos
Com a decisão da Justiça, Bruno Henrique está formalmente sob acusação criminal. A depender do andamento do processo, ele pode ser inelegível para suspenders pelo STJD e sujeito a sanções criminais. Por ora, segue apto a atuar pelo Flamengo, sem impedimentos legais imediatos.
A apuração judicial seguirá com possíveis audiências, perícias e produção de provas, e os próximos capítulos poderão trazer desdobramentos até sobre responsabilidade civil e esportiva.
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