Após uma década no PDT, o ex-ministro Ciro Gomes retomou conversas para se filiar ao PSDB, legenda onde iniciou sua carreira política e exerceu o governo do Ceará nos anos 1990. Fontes da direção tucana afirmam que o anúncio oficial da filiação pode acontecer ainda em julho.
O retorno de Ciro é visto pelo PSDB como uma oportunidade para recuperar prestígio nacional, especialmente depois de sucessivas derrotas e da ruptura da federação com o Podemos. Para o cearense, a migração implicaria saída de um ambiente cada vez mais alinhado ao PT, o PDT estaria tendendo a apoiar a reeleição de Lula nas eleições de 2026.
A dupla possibilidade de candidatura, ao Palácio da Abolição ou ao Palácio do Planalto, já está em discussão entre a cúpula tucana, que busca uma alternativa viável à polarização entre PT e Bolsonaro. Pesquisas recentes colocam Ciro consistentemente na terceira posição em cenários com Lula e Bolsonaro, cenário em que aparece à frente de Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas.
Dirigentes tucanos como Aécio Neves, Tasso Jereissati e Marconi Perillo articulam a filiação junto a aliados de Ciro, com expectativas de reativar uma chapa competitiva no Ceará e até lançar candidatura presidencial. Apesar da acolhida, a direção do PDT, liderada por Carlos Lupi, ainda busca mantê-lo na sigla.
A negociação sinaliza um movimento de reposicionamento político: para o PSDB, reforço em sua perda de quadros; para Ciro, espaço na terceira via e aproximação com setores que desejam desafiar a polarização. O desenlace pode representar uma redefinição do mapa político rumo à eleição de 2026, especialmente no campo oposicionista.
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