Um padre da cidade de Areial, no interior da Paraíba, está sendo acusado de intolerância religiosa após declarações feitas durante uma missa no último domingo (27). O caso gerou repercussão nas redes sociais após a divulgação de um vídeo em que o sacerdote faz críticas diretas a práticas religiosas de matriz africana. As imagens foram inicialmente transmitidas ao vivo no canal da Paróquia no YouTube, mas o conteúdo foi retirado do ar após a repercussão.
A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza formalizou um boletim de ocorrência nesta terça-feira (29), e informou que também irá apresentar denúncia ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) por intolerância religiosa. A entidade repudiou as declarações e afirmou que o padre utilizou um espaço de fé para promover preconceito e incitar o ódio contra outras religiões.
De acordo com a associação, durante a homilia, o padre citou a morte da cantora Preta Gil como forma de deslegitimar cultos afro-brasileiros, além de mencionar orações feitas por Gilberto Gil a orixás, questionando a ausência de cura ou ressuscitação. Em outros trechos, ele relaciona práticas dessas religiões a morte, sofrimento e presença demoníaca, além de se referir a entidades como “coisas ocultas” e “besta fera”.
O Fórum de Diversidade da Paraíba também se posicionou sobre o caso. Em nota, o órgão condenou o uso do altar da igreja para disseminação de discursos discriminatórios e informou que continuará acompanhando a situação. O fórum afirmou que prestará apoio às vítimas e encaminhará representações formais às autoridades competentes.
O delegado responsável pela cidade de Areial informou que tomou conhecimento do caso por meio da imprensa. Até o momento, não há investigações em curso no âmbito policial.
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