Firmina Maria da Conceição, conhecida como Dona Cabocla, fez parte da história do cangaço ao lado de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e de Maria Bonita. Atuou como lavadeira e cozinheira do grupo, convivendo de perto com o casal e outros integrantes do bando.
Em entrevistas concedidas ao longo da vida, Dona Cabocla relatou episódios que presenciou, revelando o cotidiano nas andanças pelo sertão. Entre as lembranças, destacou a relação de respeito que dizia ter com Lampião e Maria Bonita, figuras centrais no movimento que marcou o Nordeste nas primeiras décadas do século 20.
Mesmo com o fim do cangaço em 1938, quando Lampião e parte do bando foram mortos em Angico, no sertão de Sergipe, Dona Cabocla manteve vivas as memórias daquele período. Em 2014, aos 109 anos, ainda recebia pesquisadores e curiosos interessados em ouvir suas histórias.
Seu testemunho é considerado uma das raras vozes femininas a narrar de dentro a rotina e a organização do cangaço, oferecendo uma perspectiva que vai além do confronto com as volantes e da imagem de violência associada ao movimento.
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