O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que não há, no momento, apoio suficiente na Casa para aprovar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi dada nesta quinta-feira (14), em entrevista à GloboNews.
Segundo Motta, a discussão se concentra agora em um projeto alternativo que possa beneficiar réus que, embora condenados, não tenham desempenhado papel central nas invasões às sedes dos Três Poderes. Ele defendeu a possibilidade de revisão de penas para casos considerados desproporcionais, permitindo, por exemplo, a progressão para regimes menos rigorosos.
A fala ocorre após a ocupação simbólica dos plenários da Câmara e do Senado, na última semana, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pressionavam pela votação de um pacote de medidas, incluindo a anistia total. Apesar do recuo do movimento, parlamentares da oposição mantêm a demanda como prioridade política.
Motta também reiterou que não concorda com a postura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em eventos nos Estados Unidos. “Cada um responde por seus atos e declarações, mas não compartilho desse comportamento”, afirmou.
De acordo com o parlamentar, a proposta de revisão penal ainda está em fase inicial de debate e depende de articulação entre lideranças para avançar. O tema, porém, segue cercado de polarização, refletindo as divergências internas sobre como lidar juridicamente com os condenados pelos ataques às instituições.
Comente sobre o post