O clima diplomático entre Brasil e Estados Unidos voltou a se aquecer nesta semana. Na quinta-feira (14), o presidente americano Donald Trump qualificou o Brasil como um parceiro comercial “horrível” e criticou a atuação do governo brasileiro em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante entrevista no Salão Oval da Casa Branca, Trump afirmou conhecer Bolsonaro e classificou-o como “um homem honesto”.
A resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi imediata. Em Brasília, afirmou que o país mantém relações comerciais saudáveis, mas que não irá “andar de joelhos” perante Washington. “Se os Estados Unidos não quiserem comprar, o Brasil vai buscar outros mercados”, acrescentou, reforçando a estratégia de diversificação de parceiros comerciais.
O episódio se somou a uma declaração da Embaixada dos EUA no Brasil, que classificou o programa Mais Médicos como um “golpe diplomático” e anunciou sanções contra envolvidos, com expectativa de inclusão do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e da ex-presidente Dilma Rousseff.
No mesmo contexto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se reuniu na quarta-feira com assessores de Trump e apresentou um relatório sobre impactos políticos das sanções e tarifas americanas, incluindo menções ao Supremo Tribunal Federal e ao Planalto.
Em reação, Lula acusou Eduardo Bolsonaro de traição à pátria e solicitou a cassação do mandato do parlamentar. “Ele foi para lá instigar os americanos contra nós. Não dá para a gente ficar quieto”, afirmou o presidente, em declaração feita no Planalto.
O episódio evidencia uma escalada nas tensões diplomáticas e políticas entre os dois países, enquanto o governo brasileiro mantém o discurso de defesa da soberania e busca alternativas comerciais fora dos Estados Unidos.
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