Uma versão esquecida da Mona Lisa, guardada nos depósitos do Museu do Prado desde sua fundação em 1819, emergiu com nova relevância após recente restauração. Durante séculos considerada uma simples cópia sem valor, a obra começou a chamar atenção quando técnicos precisaram prepará-la para um empréstimo ao Louvre. Exames radiográficos e imagens por infravermelho revelaram um cenário paisagístico semelhante ao da original, abaixo das camadas escuras de verniz — uma descoberta que mudou sua interpretação histórica.
Os responsáveis confirmaram que o painel, pintado em madeira de nogueira, mesma utilizada por Leonardo, foi produzido no ateliê do mestre entre 1503 e 1516, em paralelo à Mona Lisa do Louvre. O estudo do infravermelho mostrou correções e ajustes na composição que espelham os feitos pelo próprio Leonardo na versão original, como o contorno do véu e mudanças discretas no perfil da figura, evidenciando simultaneidade na execução e participação de Leonardo.

Especialistas do Prado consideram a obra “gêmea” da Mona Lisa por sua proximidade técnica e iconográfica com o original. Acontece até que ambas tenham servido como instrumentos para compreender o processo criativo de Da Vinci, já que esta versão encontra-se em estado de conservação.
Atualmente, essa versão está em exibição no Prado, até março, antes de seguir ao Louvre em exposição conjunta com a obra original. A experiência oferece ao público uma aproximação mais serena e esclarecedora do retrato, distante do frenesi habitual diante da Mona Lisa no museu parisiense.
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