Um levantamento internacional publicado pela Cambridge University Press aponta que cerca de 26% da população brasileira, entre 50,6 e 61,6 milhões de pessoas, vive sob regras ditadas por facções criminosas. Esse índice coloca o país no topo da América Latina, acima de nações como Costa Rica, Honduras e México, cuja média regional é de 14%.
O estudo, conduzido por pesquisadores de universidades norte-americanas, define “governança criminal” como o conjunto de normas e práticas adotadas por organizações criminosas para controlar territórios, afetando desde processos eleitorais locais até o acesso a serviços públicos básicos. A influência desses grupos pode ter efeitos variados: em alguns casos reduz a criminalidade, em outros provoca surtos de violência letal.
Apesar de eventuais impactos positivos, a pesquisa evidencia que a presença das facções tem forte influência sobre a vida diária da população, comprometendo segurança, justiça e bem-estar, especialmente em comunidades mais vulneráveis.
Segundo os autores, o cenário reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes, capazes de recuperar a autoridade do Estado, reduzir o poder das facções e promover inclusão social.
O estudo completo pode ser acessado no site da Cambridge University Press.
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