O chão da Arena Carioca 1 não foi apenas palco de apresentações, mas testemunha de uma virada histórica. Neste sábado (23), o conjunto brasileiro de ginástica rítmica encerrou sua participação no Campeonato Mundial com uma medalha de prata inédita, somando 55.250 pontos entre séries mistas e simples, um resultado que coloca o país ao lado das grandes potências da modalidade, atrás apenas do Japão.
Formado por Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira, Maria Paula Caminha e Mariana Gonçalves, o grupo imprimiu precisão e ritmo em cada movimento, em coreografias que misturaram técnica e brasilidade. Do público à comissão técnica, a emoção se misturava à vibração sonora: canções como Evidências e O Que É o Que É guiaram o espetáculo e, por alguns instantes, transformaram o ginásio em um espaço de celebração coletiva.
O Brasil já tinha sentido o gosto amargo de um ciclo olímpico frustrado em Paris, quando lesões impediram a equipe de disputar o pódio. A prata deste Mundial, no entanto, é uma prova de resistência e estratégia. A preparação meticulosa, que incluiu treinos com o som da torcida do Flamengo em volume máximo para simular a pressão do público, mostrou efeito: a equipe manteve ritmo e sincronização, mesmo diante da intensidade da plateia.
A série mista, com três bolas e dois arcos, registrou 27.850 pontos, superando até mesmo a China, enquanto a série simples, com cinco fitas, consolidou a performance com 27.400 pontos. Cada movimento, cada lançamento, foi trabalhado como um cálculo estratégico, comparado pela assistente técnica Bruna Martins.
Ao final, a torcida não apenas aplaudiu, mas se tornou parte da celebração: o hino japonês ecoou, seguido pelo coro espontâneo do público brasileiro, transformando o gesto de entrega em um momento coletivo de catarse e reconhecimento. Mais do que uma medalha, a conquista simboliza a capacidade de superar frustrações e escrever um novo capítulo na história da ginástica rítmica nacional.
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