Em Brasília, uma nova frente jurídica escancara divergências no alto escalão do Judiciário. A Procuradoria-Geral da República (PGR), sob a liderança de Paulo Gonet, apresentou no Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As acusações incluem violação de sigilo funcional, obstrução de investigação e coação no curso do processo, além de tentativa de minar a ordem democrática em colaboração com organização criminosa.
De acordo com a denúncia, o material sigiloso vazado incluía diálogos entre servidores do STF e do TSE, repassados à imprensa com clara intenção de desgastar a credibilidade das investigações em curso, sobretudo no âmbito das apurações sobre atos antidemocráticos.
No cenário externo, Tagliaferro atualmente reside na Itália. Nesta semana, o ministro Moraes encaminhou ao Ministério da Justiça o pedido formal de extradição, que, por sua vez, foi remetido ao Itamaraty para tratativas diplomáticas com Roma. Fontes ligadas ao processo confirmam que o documento foi despachado por volta de 20 de agosto de 2025.
A partir do exterior, o ex-assessor vem publicando mensagens nas redes sociais em que afirma ter informações contundentes sobre os bastidores do gabinete de Moraes, apontando irregularidades e prometendo levar esses relatos ao Parlamento Europeu.
A defesa de Tagliaferro, por sua vez, alega que se trata de perseguição política, sustentando que as denúncias configuram retaliação por ele ter exposto procedimentos internos do STF e do TSE.
O embate, com desdobramentos judiciais e diplomáticos, expõe a tensão entre os poderes e levanta questões sobre os limites entre fiscalização institucional, vazamento de informações e o exercício da autoridade no sistema democrático.
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