João Pessoa vive um momento único de expansão: foi a capital nordestina que mais cresceu entre 2010 e 2022, registrando alta populacional de 15,26%, segundo dados do Censo do IBG, um salto que elevou o município à 20ª posição entre as cidades mais populosas do Brasil. Hoje, a população se aproxima de 834 mil habitantes.
Esse aumento demográfico alimenta um boom imobiliário sem precedentes. Em 2024, os lançamentos imobiliários cresceram 41%, e o Valor Geral de Vendas (VGV) mais do que dobrou, de R$ 2,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões. A procura se concentra em imóveis de alto padrão, entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões, embora a oferta ainda seja considerada saudável, com estoque em 18,6%.
A verticalização da cidade evidencia essa transformação urbana: João Pessoa é a capital mais verticalizada do Nordeste, com 37,5% dos moradores vivendo em apartamentos, à frente de capitais como o Rio de Janeiro.
A oferta habitacional próxima à orla e os programas habitacionais representam um diferencial, atraindo aposentados, casais jovens e nômades digitais em busca de qualidade de vida, com o metro quadrado chegando a R$ 20 mil em áreas nobres, segundo relatos do mercado local.
Internautas e moradores destacam esse movimento em canais como Reddit. Um usuário observa que “João Pessoa se tornou destino de residência de aposentados, que afetam primeiro regiões centrais, mas depois todo o mercado imobiliário”. Outro comenta sobre a escalada de preços e o excesso de obras: “Tudo está mais caro, tudo está com fila… a cidade já tá mais lotada do que comporta”.
A prefeitura atribui esse avanço não só o crescimento populacional, mas também o fortalecimento do mercado de trabalho. Entre junho de 2024 e maio de 2025, foram gerados quase 15 mil novos empregos formais, um salto de 7,24%, o maior entre as capitais brasileiras, além de mais de 26 mil atendimentos por meio da Sala do Empreendedor e do Sine-JP no primeiro semestre de 2025.
João Pessoa se destaca como uma metrópole em transformação, disputada por residentes e investidores, mas lidando com o dilema que acompanha o crescimento: infraestrutura, mobilidade e manutenção da identidade local.
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