Na noite de ontem, em Fiji, Yago Dora finalmente destravou seu título mundial de surfe, e não foi em qualquer cenário: foi em Cloudbreak, onde existem as ondas mais respeitadas do planeta. O adversário era Griffin Colapinto, americano embalado, mas que acabou virando figurante quando Dora encaixou duas ondas dignas de replay, uma avaliada em 7,33 e outra em 8,33, suficientes para deixar o placar em 15,66 contra 12,33. O mar, simpático, ofereceu ondas limpas e potentes, perfeitas para o goofy-footer brasileiro transformar estilo em resultado.

Com isso, o surfe brasileiro amplia seu domínio quase abusado no circuito mundial. Já são oito títulos em onze anos, graças a uma lista de campeões que mais parece reunião de condomínio: Gabriel Medina, Adriano de Souza, Ítalo Ferreira, Filipe Toledo e agora, Yago Dora. O único a furar essa hegemonia foi John John Florence, do Havaí, que ainda tentou manter as aparências em 2016, 2017 e 2024. No mais, a “Brazilian Storm” continua fazendo o papel de tsunami.
Aos 29 anos, Dora já falava como quem sabia que estava no script: “sentia algo especial desde que cheguei aqui”, disse o novo campeão ao deixar a água, cercado por barcos, fotógrafos e aplausos. Não soou arrogante, apenas óbvio, considerando que liderou a temporada e chegava como favorito. Era só questão de tempo até colocar a faixa dourada na cintura.
O dia também teve festa para o surfe feminino, com a australiana Molly Picklum conquistando seu primeiro título ao superar Caroline Marks em um duelo melhor-de-três. Mas, convenhamos, a noite foi mesmo brasileira. Dora surfou com calma, fechou a conta e deixou claro: quando o Brasil decide, o resto do mundo só observa.
Comente sobre o post