O Brasil perdeu, na manhã desta sexta-feira (05), Silvio Tendler, aos 75 anos, um dos maiores cineastas da história recente do país. Conhecido por sua marca indelével no cinema político, Tendler sucumbiu a uma infecção generalizada, consequência de uma luta prolongada contra a neuropatia diabética, condição que afetava seu sistema nervoso desde 2015. A notícia foi confirmada pela sua filha, Ana Rosa Tendler.
Tendler fez história como o “cineasta dos sonhos interrompidos”. Seus documentários, que capturaram momentos chave da política brasileira, tornaram-se clássicos, destacando figuras e eventos fundamentais da história nacional. Sua “Trilogia Presidencial”, formada pelos filmes “Jango” (1980), “Os Anos JK – Uma Trajetória Política” (1980) e “Tancredo, A Travessia” (2011), são registros imprescindíveis, que exploram a complexidade e os dilemas da política brasileira, passando por governos e figuras que definiram o Brasil moderno.
A arte de Tendler sempre foi a de questionar e revisitar o passado, em uma tentativa de entender o presente. Seus filmes não eram apenas documentos históricos, mas uma reflexão sobre o Brasil, suas rupturas e conquistas. Com a sua partida, fica a lacuna de um olhar atento sobre a política, de um cineasta que soube capturar as inquietações de uma nação que segue em transformação.
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