Abel Braga não poupou críticas ao atual comando da Seleção Brasileira em entrevista ao site Ge. Embora reconheça a competência do italiano Carlo Ancelotti, o ex-treinador lamentou a escassez de técnicos brasileiros à frente do time e a diferença de cobrança entre treinadores nativos e estrangeiros.
“Não estou questionando a qualidade dele, todo mundo que conhece pessoalmente sabe que é muito bom. Mas você abre o paletó e a pele não é verde e amarela. Nossos cinco títulos mundiais foram conquistados por brasileiros, e ainda assim não confiam na gente”, afirmou Abel, destacando a pressão histórica sobre técnicos nacionais nos clubes e na Seleção.
O treinador também comentou a estreia de Ancelotti, apontando falhas táticas e excesso de nervosismo da equipe. “O primeiro jogo foi feio, time nervoso, atrás. Surpreendeu-me ver no dia seguinte a repercussão: ninguém falou da atuação, só que o Brasil estava mais próximo da Copa. Se fosse Dorival ou Diniz, a crítica seria pesada”, observou.
Abel se mostrou cético quanto às chances do atual grupo de jogadores conquistar o hexacampeonato, projetando que a nova geração, liderada por Endrick e Estêvão, será responsável por levar o Brasil ao topo do futebol mundial.
Questionado sobre Neymar, o ex-treinador afirmou que não o convocaria nas atuais condições, mas reconheceu o impacto do craque em boa forma física. “Hoje, não chamaria, mas sempre convocaria se estivesse bem. Ele preocupa demais o adversário”, completou.
Com declarações fortes, Abel Braga reacende o debate sobre valorização de treinadores nacionais e sobre a pressão da imprensa e da torcida sobre estrangeiros à frente da Seleção, enquanto o Brasil se prepara para os desafios da Copa do Mundo.
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