A morte de Angela Ro Ro, nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, encerrou um capítulo singular da música popular brasileira. Dona de uma voz rouca inconfundível e de um repertório que atravessou gerações, a artista será homenageada pela TV Brasil com a exibição, no prohrama Cena Musical na madrugada (0h) de domingo (14), de seu último show, gravado em março deste ano.
No espetáculo Cheia de Amor Pra Dar, a cantora revisitou quatro décadas de carreira. No palco, estavam canções que se tornaram marcas de sua obra, como Amor, Meu Grande Amor, Só Nos Resta Viver e Tola Foi Você. Também ecoaram clássicos internacionais, como Ne Me Quitte Pas, de Jacques Brel, e Escândalo, escrita por Caetano Veloso especialmente para ela, prova do reconhecimento que sempre recebeu de seus pares.
Mais do que sucessos, Angela Ro Ro construiu um caminho artístico ousado. Foi uma das primeiras cantoras brasileiras a assumir publicamente sua homossexualidade, gesto de coragem em um país ainda marcado por preconceitos. Sua postura firme, combinada à vulnerabilidade que expressava em canções sobre amor e perda, a tornou uma referência de autenticidade.
Compositores como Caetano Veloso, Cazuza e Marina Lima reconheceram sua importância, seja pela potência vocal, seja pela intensidade emocional de sua interpretação. Para críticos musicais, Ro Ro sempre foi sinônimo de verdade: cantava como quem narrava a própria vida.
A reapresentação de seu último show pela TV Brasil não é apenas uma despedida, mas uma forma de reafirmar sua relevância. Entre notas de piano, versos de amor e confissões melódicas, a transmissão buscará manter viva a presença de uma artista que fez da sinceridade sua maior marca.
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