O cenário político de João Pessoa em 2024 agora se conecta a investigações judiciais. A primeira-dama da cidade, Lauremília Lucena, e a ex-vereadora Raíssa Lacerda, entre outros nove envolvidos, foram formalmente denunciados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por aliciamento violento de eleitores. A denúncia, aceita pelo Juízo da 1ª Zona Eleitoral, inclui acusações de organização criminosa, corrupção e coação eleitoral, além de peculato.
De acordo com o MPE, o grupo investigado integrava a Operação Território Livre e mantinha controle sobre bairros como São José e Alto do Mateus. Por meio de intimidação e violência, restringiam o direito ao voto e a livre manifestação política, enquanto líderes da facção Nova Okaida e familiares eram recompensados com cargos e benefícios na administração municipal.
A coleta de provas incluiu interceptações telefônicas, análise de mensagens eletrônicas, apreensão de valores e verificação de documentos oficiais, compondo um dossiê robusto que sustenta as acusações.
As reações das defesas foram variadas. Advogados de Lauremília Lucena e de Tereza Cristina afirmaram confiar no andamento do processo e garantem que provarão a inocência de suas clientes. A defesa de Keny Rogeus Gomes da Silva descreveu a denúncia como “consequência natural do curso processual” e aguarda acesso completo aos autos. Pollyana Monteiro anunciou que emitiria nota, mas não se pronunciou até a última atualização. Representantes legais de Raíssa Lacerda, Kaline Neres, Taciana Batista, David Sena, Josevaldo Gomes da Silva e Jonatan Dario não foram localizados pelo g1.
O juiz Gustavo Procópio Bandeira de Melo autorizou o levantamento parcial do sigilo do processo, preservando dados sensíveis dos envolvidos, enquanto a tramitação judicial continua, oferecendo um olhar sobre a complexidade das relações entre política, poder e controle territorial em João Pessoa.
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