Depois de uma longa disputa judicial que perdurou por mais de uma década, o Aeroclube de Campina Grande finalmente recupera a posse integral de uma parte vital de seu terreno, situada no distrito de São José da Mata, encerrando um capítulo que influenciou diretamente sua operação e planejamento. O imbróglio começou em 2013, quando um decreto municipal desapropriou 3,5 hectares dos 13 hectares pertencentes originalmente ao aeroclube, fundado em 7 de outubro de 1940 e com uma história rica na formação de pilotos e aviação esportiva paraibana.
A desapropriação visava a instalação de uma fábrica de aviões, prometendo além da compensação financeira de R$ 200 mil, a pavimentação da pista de pouso — promessa essa que jamais foi cumprida integralmente. Ricardo César, presidente do Aeroclube, relembra o impasse gerado pela devolução do cheque referente ao asfaltamento da pista, que nunca veio, desencadeando a prolongada batalha judicial. A insegurança quanto à posse da área não só prejudicou a manutenção da pista, mas também comprometeu a segurança das operações aéreas, já que aeronaves vinham acessando o aeródromo por terrenos hoje pertencentes a terceiros.
Artur Gianini, diretor da instituição, destaca o impacto financeiro e operacional causado pela indefinição dos acessos: “Perdemos receita porque a manutenção das aeronaves particulares nas nossas instalações sofreu consequências diretas”. Além disso, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) criticou a situação dos acessos em auditorias recentes, embora o aeroclube estivesse em conformidade com outros requisitos.
Com a recente decisão judicial que reintegrou a área ao Aeroclube, abre-se um horizonte novo e promissor. A instituição planeja revitalizar programas de ensino, firmar parcerias com o Estado e oferecer suporte a operações públicas, como as aeronaves policiais. Também reacende o projeto de asfaltamento da pista, essencial para a segurança e operacionalidade do aeródromo.
Celebrando 85 anos de história em 2025, o Aeroclube mantém vivas as tradições da aviação civil e esportiva paraibana, com cerca de 25 sócios ativos e sete aeronaves em seus hangares. A retomada da área representa não apenas a defesa de um patrimônio histórico, mas também um impulso renovado para o desenvolvimento da aviação local, reafirmando seu papel de referência e inspirando novas gerações de pilotos e entusiastas.
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