Um levantamento com dados de 100 mil jovens adultos identificou uma relação direta entre a idade em que se recebe o primeiro smartphone e os indicadores de saúde mental na vida posterior. O estudo mostrou que adolescentes que tiveram acesso ao aparelho antes dos 13 anos apresentaram mais sintomas de ansiedade, isolamento social e dificuldades emocionais.
Entre meninas, o efeito foi mais intenso: quase metade das que ganharam celular aos 5 ou 6 anos relataram, anos depois, ter tido pensamentos suicidas. Entre aquelas que só tiveram o primeiro aparelho após os 13 anos, esse índice caiu para 28%. Nos meninos, o uso precoce esteve associado principalmente à impulsividade e à dificuldade de manter vínculos sociais.
Os pesquisadores observaram que, a cada ano de antecipação no uso do smartphone, aumentava a chance de surgimento de sintomas ligados ao bem-estar mental. O ambiente digital é apontado como um dos fatores centrais: noites de sono encurtadas, exposição a comparações sociais, risco de cyberbullying e ausência de limites entre vida online e offline.
No Brasil, dados do Comitê Gestor da Internet (CGI.br) mostram a dimensão do desafio: entre crianças de 0 a 2 anos, o uso da internet subiu de 9% em 2015 para 44% em 2023; já entre 6 e 8 anos, mais de um terço possui celular próprio.
Comente sobre o post