Neste domingo (21), uma manifestação organizada pelas redes sociais reuniu um público engajado no Busto de Tamandaré, em João Pessoa, para protestar contra a PEC da Blindagem, que foi aprovada recentemente pela Câmara dos Deputados.
A concentração começou por volta das 9h, com a presença de manifestantes carregando bandeiras, faixas e entoando gritos de ordem contra o que chamam de “PEC da Bandidagem”. Além de cidadãos em geral, o ato conta com a adesão de artistas e políticos locais que, assim como os presentes, criticam a proposta como um retrocesso à justiça e à transparência.
Em uma demonstração de unidade, os participantes destacam a mobilização em diversas cidades do país, unindo diferentes setores da sociedade em um protesto contra o que consideram ser uma tentativa de blindagem para crimes cometidos por membros do Congresso. Até o momento, o ato segue tranquilo.
O foco dos protestos é claro: ambos os projetos que avançam no Congresso e têm gerado um intenso debate sobre o futuro político do país. A PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados na última terça-feira, busca garantir impunidades a crimes cometidos por parlamentares, além de expandir o foro privilegiado para presidentes de partidos e o Projeto de Lei da Anistia, que visa conceder perdão a condenados pelos ataques de 8 de janeiro, avançando mais rápido do que pautas de interesse popular.
Enquanto os políticos se digladiam nos bastidores, a sociedade, liderada por frentes de movimentos sociais, sindicatos e parlamentares, ocupa as ruas. A classe artística também se junta ao grito de protesto, com shows confirmados para várias cidades. No Rio de Janeiro, nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan prometem dar voz aos manifestantes. Em Salvador, Daniela Mercury e Wagner Moura também marcam presença.
Politicamente, o ato no Rio de Janeiro contará com as participações de Lindbergh Farias (PT) e Talíria Petrone (PSOL), enquanto em São Paulo, Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) também estão confirmados.
Os atos começaram a ser articulados entre terça (16) e quarta-feira (17), depois que a Câmara aprovou a urgência de dois projetos polêmicos que, segundo os críticos, representam um retrocesso na democracia e na justiça do país.
No Senado, a PEC da Blindagem já encontra resistências, principalmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o senador Alessandro Vieira (PSD-SE) se mostra um dos principais opositores. Já o PL da Anistia, agora sob a relatoria de Paulinho da Força (Solidariedade-SP), promete trazer um tom mais pragmático ao debate, buscando apenas uma redução de penas.
Além disso, o governo Lula também se vê no meio dessa batalha, com parlamentares do PT apoiando a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, uma proposta do Palácio do Planalto que enfrenta entraves na Câmara.
No entanto, o presidente Lula (PT) deixou claro que vetaria qualquer proposta de anistia que chegasse à sua mesa. Ele também criticou a PEC da Blindagem, chamando-a de “não séria” e uma manobra política com pouca substância.
Enquanto o Congresso segue suas articulações, a pressão nas ruas promete ser cada vez mais intensa. E, como sempre, o futuro político do país continua a ser uma questão de constante negociação, onde as manifestações de hoje podem ser apenas o primeiro capítulo de um enredo ainda em construção.
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