A tentativa da oposição de transformar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em líder da Minoria foi interrompida no plenário antes mesmo de começar. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rejeitou a indicação ao cargo nesta terça-feira (23), argumentando que o deputado não poderia assumir funções de liderança estando fora do país.
Segundo parecer da Secretaria-Geral da Mesa, utilizado por Motta como base, o regimento interno exige presença em território nacional para o exercício da função. O documento ressalta que Eduardo não comunicou oficialmente sua permanência nos Estados Unidos, o que inviabiliza qualquer enquadramento de suas faltas em caráter excepcional.
A articulação oposicionista buscava garantir que, como líder, Eduardo tivesse ausências abonadas. A manobra surgiu após o parlamentar acumular faltas desde o fim de sua licença de 120 dias, encerrada em julho. Durante o período fora do Brasil, ele fez lobby junto ao governo norte-americano por sanções contra autoridades brasileiras e chegou a defender aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
O impasse ocorre em paralelo a duas frentes delicadas: o Conselho de Ética analisa pedido de cassação por faltas reiteradas e a Procuradoria-Geral da República denunciou Eduardo e o influenciador Paulo Figueiredo por coação no curso de processo ligado à tentativa de golpe de Estado.
Para Hugo Motta, a situação é inédita e exige rigor. “Ausência sem comunicação oficial é violação do dever parlamentar”, apontou o parecer da Mesa. Assim, a blindagem pretendida pela oposição cai por terra, e o deputado segue sob pressão dentro e fora do Congresso.
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