Itamar Paim (foto, do PL), de 46 anos, é pastor da 59ª Igreja do Evangelho Quadrangular. Ele obteve 47 mil votos na eleição do ano passado, o que representa sete vezes menos que a votação de Deltan Dallagnol, que foi o candidato mais votado do Paraná, com 345 mil votos – Dallagnol (Podemos-PR), teve o mandato cassado na terça-feira (16) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade.
Natural de Paranaguá, Itamar Paim atua como pastor em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Aliado do ex-presidente Bolsonaro, o pastor é crítico do que chama de “ideologia de gênero” e do aborto legal, ou seja, das práticas autorizadas pela legislação brasileira para a interrupção da gravidez, como casos de anencefalia e estupro.
Mas a posse do pastor ainda está condicionada à decisão final da Câmara dos Deputados. Embora tenha sido notificada pelo TSE sobre a cassação de Dallagnol, a Mesa Diretora determinou que o caso seja avaliado pela Corregedoria da casa – o movimento é, na verdade, protocolar, uma vez que o corregedor, deputado Domingos Neto (PSD-CE), deverá declarar a perda do mandato em definitivo. Porém, ainda não existe prazo agendado para que isso possa ocorrer.
E ainda há uma questão jurídica: em seu voto no plenário do TSE, o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, afirmou que os votos de Dallagnol devem ser destinados ao Podemos. Caso esse entendimento prevalecesse, a vaga ficaria com o também suplente Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR).
Hauly, que teve apenas 11 mil votos, deve recorrer à Justiça para obter a vaga. O problema é que após a recontagem de votos, o TRE-PR anunciou que nenhum candidato do Podemos atingiu 10% do quociente eleitoral. Por esse motivo, a vaga foi destinada a um candidato do PL, no caso, Itamar Paim.