Apesar das divergência públicas entre as principais lideranças do PSB na semana passada, o governador João Azevêdo (PSB) afastou, nesta segunda-feira (04), a hipótese de crise na legenda. Azevêdo disse o que há hoje no partido é a divergência de pensamento. Para o governador, uma pauta que deve ser resolvida internamente.
“Qualquer partido tem suas discussões internas e passarão a ter. Continuarão tendo. E a gente resolve isso internamente. A gente só não resolve isso através da mídia. Eu tenho o maior respeito pela mídia, vocês [repórteres] sabem disso. Mas, a discussão não é feita na mídia. A discussão é feita internamente no partido”, afirmou.
A declaração de João Azevêdo acontece uma semana após divergências públicas entre o presidente do PSB, Gervásio Maia, e a cúpula mais próxima a João, a exemplo de Ronaldo Guerra e Tibério Limeira, sobre a sucessão em Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa. Maia garante haver uma deliberação por apoio ao grupo de Emerson Panta (PP). Já os aliados mais próximos ao governador, afirmam que a discussão sobre o município ainda está em aberto.
Na entrevista, João lembrou sobre a situação em João Pessoa, onde uma ala do PSB deliberava pela discussão sobre candidatura própria e outra, a exemplo do próprio gestor estadual, defendia a manutenção da aliança com o prefeito Cícero Lucena (PP). A segunda hipótese foi a escolhida.
“São 223 municípios que precisam ser discutidos. Iremos com muita tranquilidade discutir isso. Não tem crise. Tem discussão, diferença de pensamentos”
Diálogo com Nilvan Ferreira
O ponto principal das discussões divergentes dentro do PSB foi uma eventual aliança com o radialista Nilvan Ferreira (sem partido), pré-candidato a prefeito de Santa Rita. Apesar de estarem em campos opostos nas eleições passadas, articuladores de ambos os lados defendem a abertura de diálogo entre João Azevêdo e Ferreira.
O governador disse, contudo, que ainda não há diálogo com o comunicador. Mas, não fechará as portas caso ele venha ser eleito prefeito da cidade dos canaviais.
“Eu não tenho agenda [com Nilvan Ferreira para discutir política]. O que eu disse, é que independente de qualquer posição, o interesse da Paraíba tem que está acima dos interesses individuais. Temos prefeitos que não são aliados nossos, e são recebidos. Em Santa Rita não será diferente”, avisou.
Presidência do PSB
No meio das divergências, lideranças do PSB passaram a defender que o governador João Azevêdo passasse a presidir o partido na Paraíba, função hoje ocupada pelo deputado Gervásio Maia. Essa tese foi afastada hoje por Azevêdo. “Essa não é a principal questão. Eu fui eleito governador sem ser presidente de partido”, frisou.
A atual direção do PSB tem validade junto ao Tribunal Superior Eleitoral até os próximos meses. O governador, porém, disse que a discussão sobre a mudança ou não do comando da legenda no estado caberá à direção nacional do partido.