O médico pediatra Fernando Cunha Lima foi indiciado pela Polícia Civil da Paraíba por abuso sexual contra quatro crianças, com idades entre quatro e 12 anos. O caso, que tramita em sigilo por envolver menores, foi encaminhado à Justiça na última segunda-feira (12). Agora, o Ministério Público da Paraíba analisará as provas e decidirá se oferecerá denúncia contra o acusado.
Segundo a delegada Isabel Costa, responsável pela investigação, além dos depoimentos das vítimas, foram realizados exames periciais que embasaram o indiciamento do médico. Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (14), a delegada afirmou que o inquérito já está em mãos da Justiça e não comentou sobre a possibilidade de prisão preventiva do indiciado, classificando-a como uma “medida cautelar sigilosa”.
O caso veio à tona após a primeira denúncia formal, feita em 25 de julho, quando uma mãe relatou que sua filha de nove anos teria sido abusada pelo médico durante uma consulta em seu consultório, em João Pessoa. A mãe, que estava presente no local, afirmou ter presenciado o momento em que Fernando Cunha Lima teria tocado as partes íntimas da criança. Após a denúncia, o caso gerou grande repercussão, e outras acusações surgiram, incluindo relatos de sua sobrinha, Gabriela Cunha Lima, que revelou ter sido abusada pelo tio há mais de 30 anos, na década de 1990.
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) abriu uma sindicância para apurar as denúncias contra o pediatra. Além disso, a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), onde Fernando Cunha Lima exercia funções diretivas, decidiu suspendê-lo e afastá-lo de suas atividades.
Fernando Cunha Lima compareceu à Delegacia de Repressão a Crimes contra a Infância e Juventude na última sexta-feira (9) para prestar depoimento. Na ocasião, ele negou as acusações. Seu advogado, Aécio Farias, afirmou que o médico respondeu a todas as perguntas da polícia e classificou as acusações como inverídicas, inclusive as feitas por sua sobrinha.