Oficialmente começa hoje a corrida eleitoral de 2024. Candidatos têm apenas 50 dias para conquistarem a preferência do eleitorado de mais de 95% dos municípios brasileiros, que elegerão prefeitos e vereadores, no primeiro turno em 06.10.2024.
Em Campina Grande, antecipando a “largada” – fazendo uma analogia à “Formula 1” – a TV Arapuan promoveu um debate, há dois dias (14/08/2024), entre os candidatos a prefeito, na intenção de estabelecer um quadro classificatório. Quem faria o melhor tempo e ocuparia a privilegiada posição na “pole position”? Para nossa decepção – sentimento da maioria dos telespectadores – o evento foi estéril, despido de emoções, frio, de baixíssimo rendimento para os protagonistas da peleja, motivado pela ausência de inovação, novas abordagens e ausência de criatividade. A carência de temas importantes, capazes de surpreender o telespectador (eleitor), não gerou empolgação nesta primeira apresentação do evento/show. Deixou a desejar.
Os candidatos da oposição – exceto Artur Bolinha – repetiram as mesmas promessas utópicas de todas as campanhas, onde o “Jardim do Éden” seria uma favela, comparado ao que prometem transformar Campina Grande. A cada dia fica mais perceptível o atrofiamento da classe política, caminhando em direção à mediocridade.
Bruno Cunha Lima, candidato à reeleição, se preparou para “apanhar” de todos. Seu desafio era chegar ao 12º round, ficar distante das cordas, e não beijar a lona ou ser nocauteado.
Conseguiu escapar incólume. Jhonny Bezerra limitou-se a explorar sua área (saúde) sem nenhuma proposta para uma cidade que se tornou grande pela sua ousadia e seus projetos futuristas exitosos. Campina elegeria um prefeito só para cuidar de doentes? Prosperidade é saúde. O país que tem a maior população centenária do planeta é o Japão, que cuida sem auxílio da medicina da parte mais sensível do ser humano: o bolso. Ninguém almeja adoecer, para desfrutar de bons leitos hospitalares.
Inácio Falcão, após a primeira estocada de Artur Bolinha, começou a atacar Bruno, atingindo a gestão do ex-prefeito Romero Rodrigues. Cobrava o funcionamento de um hospital inaugurado, que nunca funcionou. Imagine Romero como candidato? Os “cruzados” de esquerdas e direitas teriam o levado a nocaute no primeiro round. Mas, para quem esteve presente no recinto do debate, Falcão foi incapaz de levar a militância de quatro anos atrás. Uma torcida organizada, com bandeiras, empolgada e festiva, com puxadores de aplausos. Só Hermano Nepomuceno, o fotografando (?). Razão que justificou no dia seguinte a mídia especular sua desistência por falta do “fundão eleitoral”.
André Ribeiro causou boa impressão, mostrando conhecimento e interagindo acima do esperado com os problemas mais comuns do cotidiano da cidade, buscando mobilizar a juventude.
Tema esquecido pelos demais candidatos. Os jovens de hoje serão os nossos sucessores do amanhã. Quanto a Nelson Júnior (PSOL), ao abordar temas ambientais esqueceu onde mora.
Campina Grande não tem uma única chaminé poluente. Não existe desmatamento. É localizada no Semiárido e nada mudou nesta região desde a chegada dos portugueses no Brasil. A média pluviométrica oscila entre 650 a 800 mm de chuvas anuais.
Artur Bolinha foi enfático: “não prometo nada”. E destacou o orçamento de Campina Grande – receitas e despesas – no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mesmo assim, paradoxalmente, censurou a lentidão nas ações do prefeito. Como avançar, sem recursos? Descumprindo a lei? Arrematando com sinceridade, concluiu que só ouviu dos seus concorrentes promessas de sonhos estapafúrdios.
Restou para Bruno prometer a continuidade e conclusão dos projetos de sua gestão. Esbanjando fôlego, aparenta chegar em primeiro lugar na maratona. Sob este prisma, a campanha será de vereadores. Para prefeito, com as oposições fragmentadas, o pleito se encerrará no primeiro turno.
Por Júnior Gurgel