O cinema brasileiro perdeu, nesta quinta-feira (24), um de seus mestres. Vladimir Carvalho, cineasta de 89 anos, faleceu em decorrência de um infarto, após enfrentar problemas renais que o levaram a ser submetido a hemodiálise. Natural de Itabaiana, na Paraíba, Vladimir deixa um legado profundo para a história do audiovisual nacional.
Nascido em 1935, o cineasta construiu uma carreira marcada por documentários que exploraram a política, a cultura e as transformações sociais do Brasil. Com um olhar atento e uma narrativa pulsante, Carvalho lançou obras que atravessam gerações, como “O País de São Saruê” (1971) e “Barra 68: Sem Perder a Ternura” (2001). Seus filmes capturaram o espírito de um país em constante mudança, fazendo da câmera uma ferramenta de reflexão e resistência. “Ele tinha um talento único para transformar o cotidiano em documento histórico”, comentou um de seus colegas, refletindo sobre a influência de Vladimir no cinema documental.
Aos poucos, o cineasta paraibano consolidou-se como uma referência na produção de filmes que abordavam com crueza e sensibilidade a vida política do Brasil. Seu nome figura ao lado de outros grandes realizadores que usaram a arte para questionar regimes, costumes e desigualdades.
Carvalho foi internado nas últimas semanas após a falência de seus rins e, segundo a família, enfrentava complicações de saúde que o afastaram das atividades nos últimos meses. O Brasil perde, assim, um contador de histórias essencial, alguém que, ao documentar a realidade, soube retratar as complexidades do país.
Por Hermano Araruna
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