Um movimento nacional ganhou força entre artistas e coletivos culturais em defesa do reconhecimento do hip hop como patrimônio cultural imaterial.
Representantes da cultura hip hop têm se articulado em fóruns, eventos e audiências públicas para destacar a importância histórica e social dessa manifestação
O hip hop, que tem sua origem na periferia de Nova York, chegou ao Brasil nos anos 1980, e desde então tem sido uma das vozes mais potentes das periferias urbanas. Composto por quatro elementos – rap, DJ, break e grafite – o movimento vai além da expressão artística. Ele tem funcionado como ferramenta de transformação social, criando pontes entre gerações e promovendo reflexões sobre desigualdade.
Recentemente, coletivos organizaram uma petição com milhares de assinaturas, entregue ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A proposta busca não apenas o reconhecimento oficial, mas também o fortalecimento de políticas públicas voltadas à preservação e à valorização do hip hop.
“Esse reconhecimento é mais do que simbólico. É o Estado reconhecendo o que as ruas já sabem há décadas: o hip hop é um patrimônio do povo, que transforma vidas”, afirmou Nenzin MC (nome artístico do rapper Jonathan Williano), durante evento.
Segue-se a iniciativa de exemplo de outras culturas populares que já obtiveram o título, como o samba de roda e o frevo. Os defensores esperam que o reconhecimento do hip hop contribua para ampliar sua visibilidade e garantir condições para que seus praticantes possam continuar criando e ocupando novos espaços.
O Iphan ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido, mas a articulação em torno do movimento mostra que a pauta deve ganhar cada vez mais espaço no debate público. Enquanto isso, os artistas seguem ocupando os palcos, os muros e as ruas, reafirmando a força de sua cultura.
Por Hermano Araruna