Fernanda Torres fez o Brasil sonhar alto. No palco do Beverly Hilton Hotel, em Los Angeles, ela se tornou a primeira atriz brasileira a ganhar o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama. A estreia veio por sua atuação visceral como Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui , dirigido por Walter Salles.
Visivelmente emocionada, Fernanda dedicou o prêmio à mãe, Fernanda Montenegro, que há 25 anos também viveu o mesmo salão de gala ao ser indicada pela Central do Brasil.
O filme narra a jornada de Eunice Paiva após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, nos anos de chumbo da ditadura militar brasileira. A atuação de Fernanda, descrita por críticos como “uma dança entre fragilidade e força inquebrantável”, emocionou o público internacional e trouxe a história de Eunice para o centro das atenções e debates sobre um período de truculência institucional.
No Brasil, a vitória foi motivo de celebração coletiva. O presidente Lula escreveu em suas redes: “Fernanda Torres nos mostrou que resistir vale a pena. Hoje, a memória de Eunice e Rubens Paiva atravessa oceanos.” Artistas como Marisa Monte e Taís Araújo somaram suas vozes, enquanto um vídeo de Fernanda Montenegro reagindo à conquista da filha viralizou.
Fernanda também apresentou sua surpresa com o prêmio, elogiando os colegas indicados e agradecendo ao diretor Walter Salles, ao marido, Andrucha Waddington, e aos filhos, que “sempre acreditaram que eu poderia voar mais alto”.
Com a vitória, Fernanda Torres não apenas cravou seu nome na história do cinema mundial, mas lembrou ao mundo que persistir é o caminho para a perfeição. E ao Brasil, deixou um presente: a certeza de que nossas histórias, quando bem contadas, podem ecoar onde quer que haja espaço para a humanidade e para a arte.
Por Hermano Araruna