Nos últimos dias, uma onda de desinformação tem tomado conta das redes sociais, alimentando fraudes que prejudicam contribuintes desavisados. Boatos sobre a cobrança de um suposto imposto sobre transações realizadas via Pix estão sendo usados por golpistas para aplicar fraudes com boletos falsos que simulam pagamentos à Receita Federal.
O estopim para essa boataria foi uma recente medida da Receita Federal, que ampliou a exigência de informações financeiras de instituições bancárias, incluindo fintechs e operadoras de cartões, como as maquininhas de pagamento. Apesar de a mudança elevar o piso de notificações de R$ 2 mil para R$ 5 mil, não houve qualquer alteração que impactasse os cidadãos diretamente. Ainda assim, as redes sociais foram inundadas com mensagens falsas, o que resultou em prejuízos financeiros para aqueles que acreditaram nos golpes.
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, foi categórico ao desmentir as fake news: “Nada muda para o cidadão. Não há qualquer cobrança, não há imposto sobre Pix. O cidadão não precisa fazer nada, apenas seguir sua vida normalmente”.
Governo em alerta
A gravidade da situação mobilizou até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que convocou uma reunião com o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira. O encontro, realizado na segunda-feira, ainda que envolto em sigilo, resultou em ações concretas para conter a propagação de mentiras.
Uma dessas iniciativas foi a criação de um vídeo institucional em que o presidente demonstra a segurança e gratuidade do Pix ao realizar uma transação para o Corinthians, seu time do coração. A estratégia visa aproximar o governo da população e desmistificar as inverdades disseminadas.
O impacto nas pequenas empresas
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também entrou no debate para esclarecer o objetivo da nova regra. Segundo ele, a ampliação do piso de notificação à Receita reduz o volume de dados que serão enviados, impactando positivamente pequenas empresas e profissionais autônomos. “O efeito prático é justamente o contrário do que está sendo divulgado. A Receita terá menos informações a processar, o que facilita a gestão dos pequenos negócios”, explicou Haddad.
Por Hermano Araruna