“A onça queria comer o gato no jantar e, para enganá-lo, pediu que o bichano ensinasse a ela suas acrobacias. O gato então mostrou todos os tipos de saltos: para frente, para o lado, os truques da cambalhota etc. Achando-se muito esperta, a onça aproveitou um momento de distração do gato, preparou o bote e… puft! Com um salto para trás, o gato escapuliu de suas garras. Ao reclamar do salto não ensinado, a onça escutou do bichano: “Você acha mesmo que vou ensinar meu pulo do gato? Se tivesse feito isso, agora já estaria morto!”
No reino animal — e também no mundo dos negócios — sempre existe alguém que acha que vai se dar bem só porque está no topo da cadeia alimentar. No caso da fábula que corre por aí, era a onça. Esperta, confiante, com aquele ar de “a floresta é minha”, achou que bastava observar o gato dar umas piruetas para depois transformá-lo em jantar. O que ela não sabia — e o que muitos empreendedores também esquecem — é que o truque mais valioso nunca é entregue de bandeja.
O “pulo do gato”, meus caros, é exatamente isso: o diferencial que ninguém revela, a manobra que separa quem só repete fórmula de quem cria o próprio destino. O segredo. A malandragem legítima. E não, não está disponível em curso online com certificado nem no Reels do Instagram.
Mas o mais interessante é que o tal pulo não tem a ver, necessariamente, com o motivo pelo qual se empreende. Muita gente entra nesse mundo porque perdeu o emprego, herdou a loja da tia ou simplesmente cansou de bater ponto ouvindo música ambiente de elevador. E tá tudo certo. O que realmente conta é o que a pessoa carrega por dentro — e não estamos falando de boleto vencido ou cartão de visita.
Portanto, se você está esperando que alguém te entregue a receita do sucesso, uma dica: o gato não é bobo. Ele nunca ensina o salto para trás.
E se você acha que vai enganá-lo para aprender o truque e se dar bem… bom, talvez esteja mais pra onça do que imagina.
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