Estreou esta semana na HBO Max o documentário Os Afro-Sambas: o Brasil de Baden e Vinicius, dirigido por Emílio Domingos. O longa mergulha na parceria entre o poeta-diplomata Vinicius de Moraes e o violonista Baden Powell, cuja colaboração, nascida nos anos 1960, deu origem a uma das obras mais marcantes da música brasileira: o disco Os Afro-Sambas.
Muito mais que um registro histórico, o filme busca compreender a aproximação de Vinicius com a cultura afro-brasileira — e como esse encontro ressoou nas composições em parceria com Baden. A narrativa combina entrevistas de arquivo, análises musicais e leituras de textos dos próprios artistas, traçando o contorno de um Brasil profundo, ritualístico e ancestral.
O documentário também lança luz sobre a pesquisa de ritmos e temas religiosos que inspiraram a dupla, a exemplo do candomblé, do samba de roda e das ladainhas. O resultado é uma obra que não apenas resgata uma fase menos explorada da carreira de Vinicius, como também reafirma a importância de Baden Powell como elo entre erudição e terreiro.
Em tempos de plataformas que priorizam o instantâneo, Os Afro-Sambas propõe uma pausa — um convite para ouvir, ver e refletir sobre uma música que brotou da fricção entre fé, poesia e violão.
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