A semana cinematográfica está tudo, menos previsível. Temos Brad Pitt pilotando em alta rotação, robôs surtando pela segunda vez, mulheres afegãs desafiando o Talibã com engrenagens e uma adolescente norueguesa sendo traída pelo próprio diário. Prepare a pipoca — e talvez um capacete.
F1
Na falta de um novo Ayrton Senna, o Brasil continua fiel à Fórmula 1 e pode agora matar a saudade em F1, com Brad Pitt no papel de Sonny Hayes, um ex-piloto que volta às pistas depois de um hiato de três décadas, como se acidentes graves fossem só um intervalo para o cafezinho. Produzido por Lewis Hamilton, o longa foca em corridas reais, gravadas durante GPs de verdade, o que deve compensar a previsibilidade do roteiro. Um blockbuster com cheiro de graxa e nostalgia.
M3gan 2.0
Se você achava que a bonequinha assassina já tinha dado o que falar, espere até ver a nova versão. Agora, M3gan precisa lidar com concorrência: uma androide de guerra chamada Amelia (uma possível piada interna com a “mulher de verdade” que ela não é). Resultado? Um duelo cibernético digno de WWE entre máquinas vingativas. É mais bizarro que assustador — e isso é parte do charme. Spoiler: tem até dancinha de robô.
Quebrando Regras
Aqui, a ficção sai de cena para abrir espaço ao tipo de história que realmente importa. O filme conta como Roya Mahboob enfrentou a misoginia institucionalizada no Afeganistão, fundando um time feminino de robótica no país dominado pelo Talibã. Um lembrete poderoso de que inteligência e resistência podem caminhar lado a lado — mesmo quando tudo conspira contra.
Ponto Oculto
Um filme turco, uma aldeia curda, uma menina possuída e um pai envolvido com sociedade secreta. Parece sinopse de novela, mas é suspense europeu. Ponto Oculto joga a câmera entre o místico e o político com uma trama que vai da paranormalidade ao nacionalismo, passando por alguns sustos — e muitos silêncios desconfortáveis.
O Silêncio das Ostras
No Brasil real, aquele que raramente aparece nas telonas, Marcos Pimentel estreia na ficção com um retrato sensível da tragédia de Brumadinho. Kaylane, interpretada por Bárbara Colen, vive entre a poeira da mineração e a dor das perdas ambientais e humanas. Sem exageros ou discursos prontos, o filme aposta em uma narrativa que incomoda porque é real demais.
Dreams
Se Freud fosse norueguês, teria feito esse roteiro. Johanne é uma adolescente apaixonada pela professora. Como não pode declarar seu amor, escreve tudo num diário. Que, claro, acaba nas mãos da mãe e da avó, que decidem que a filha tem talento literário e resolvem publicar. Um coming of age com sabor de comédia constrangedora — e pitadas de crítica à mercantilização da intimidade.
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