Nem no horário nobre a trama teria tantos elementos: uma ex-atriz famosa, um empresário octogenário, uma fortuna de mais de R$ 42 milhões evaporando e filhos acusando a madrasta de vilania digna de novela das oito. Suzy Camacho, 64 anos, que trocou os palcos pela psicologia, agora aparece no papel de investigada em um enredo que parece ter saído da ficção — mas é bem real e recheado de zeros.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, Suzy foi indiciada por suspeita de se aproveitar do estado debilitado de seu ex-marido, Farid Curi, para realizar movimentações financeiras de impacto hollywoodiano: cerca de R$ 42,2 milhões em transferências e supostos desvios. Curi morreu em 2022, aos 85 anos.
As investigações indicam que, entre receitas médicas questionáveis e restrição de contato com os filhos do empresário, a atriz teria assumido um protagonismo absoluto na vida (e na conta bancária) do marido. A polícia ainda atribui a ela violações ao Estatuto do Idoso, incluindo os artigos que tratam de desvio de bens e abandono. A defesa da psicóloga, por sua vez, rebate: tudo armação de herdeiro ressentido.
O casamento, celebrado em 2013, foi feito sob o regime de separação total de bens. Ou seja: o que é meu é meu, o que é seu é assunto para inventário — e, aparentemente, para boletim de ocorrência também. Segundo os filhos de Curi, Suzy teria isolado o pai nos últimos anos, medicando-o “demais” e permitindo o contato com familiares “de menos”.
O caso agora aguarda o Ministério Público, que decidirá se transforma a trama em processo. Suzy, enquanto isso, diz que foi injustamente colocada no papel de vilã — e garante ter provas de que tudo foi feito às claras.
O enredo tem todos os elementos de um bom drama jurídico: dinheiro, família, acusações, defesa, versões conflitantes e a eterna pergunta que embala qualquer testamento problemático: quem, afinal, fica com o quê?
E o público, claro, assiste atento. Porque, no Brasil, até os tribunais rendem mais do que muita série de streaming.
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