Comprar um imóvel no Brasil está exigindo mais do que planejamento: exige também paciência e, claro, dinheiro a mais. O Índice FipeZAP de Venda Residencial apontou que os preços dos imóveis subiram 3,33% no primeiro semestre de 2025, superando a inflação medida pelo IPCA no mesmo período (3,01%).
Embora o número possa parecer discreto à primeira vista, ele ganha peso ao mostrar que o mercado imobiliário caminha em sentido contrário ao IGP-M — índice tradicionalmente usado para aluguel — que acumula deflação de 0,94%. Em outras palavras, o que se gasta para comprar está aumentando, enquanto o retorno em aluguéis, no geral, patina.
A pesquisa analisou 56 cidades brasileiras. Dessas, 55 registraram alta no preço de venda de residências, incluindo 21 das 22 capitais monitoradas. O topo do ranking é ocupado por Vitória, no Espírito Santo, onde os imóveis valorizaram 11,88% no semestre. Na sequência, aparecem Salvador (9,86%) e João Pessoa (9,20%), que vêm mostrando um aquecimento acima da média nacional.
Goiânia foi a exceção notável: os preços recuaram 0,64%, sinalizando que nem todo o Brasil está sob o mesmo teto inflacionado.
O aumento no valor dos imóveis ocorre em um cenário de juros ainda elevados, o que deixa o financiamento mais pesado para quem depende de crédito. Ainda assim, a demanda por moradia, a valorização de áreas urbanas e as mudanças no comportamento pós-pandemia continuam empurrando os preços para cima.
Enquanto isso, o sonho da casa própria continua sendo sonho — mas com parcelas cada vez mais desafiadoras.
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