Cenas tristes e revoltantes têm se repetido nas madrugadas da Zona Sul de Cajazeiras. Nas últimas semanas, pelo menos 15 cães e diversos gatos foram encontrados mortos nas ruas do bairro Campo do Vaqueiro e da Rua João de Sousa Maciel, no bairro da Esperança. A suspeita? Envenenamento deliberado.
Os relatos são parecidos. Os animais, muitos deles com donos e bem cuidados, são encontrados já sem vida, espalhados pelas calçadas e terrenos baldios da região. Não há sinais de atropelamento ou luta, apenas a constatação fria: algo, ou alguém, está matando esses bichos em silêncio, sob o manto da madrugada.
“É um sentimento de impotência. Você cuida, vacina, alimenta, e de repente encontra seu companheiro morto na porta de casa”, conta uma moradora, visivelmente abalada. Outros relatos falam em comida envenenada deixada em pontos estratégicos da rua, especialmente onde há circulação de animais soltos.
O clima, que antes era de comunidade, agora é de desconfiança. “A gente não sabe se é alguém da vizinhança ou de fora. Só sabemos que tem sido constante. Um, dois, três… agora já são dezenas de mortes. Isso não é acidente. É crime”, afirma um morador do bairro da Esperança, que pediu para não ser identificado.
O caso tem mobilizado protetores de animais e moradores, que cobram ação firme da polícia. O envenenamento de animais domésticos é crime ambiental, com pena prevista de até um ano de detenção e multa, de acordo com a Lei nº 9.605/98. Ainda assim, as investigações avançam lentamente.
A Polícia Civil diz que está apurando os casos, mas reforça a importância da colaboração da população. Registros formais nas delegacias, imagens de câmeras de segurança e testemunhos podem ser decisivos para chegar aos responsáveis.
Enquanto isso, o medo continua. Donos agora evitam passeios noturnos, mantêm os animais dentro de casa e vasculham cada canto do quintal antes de abrir o portão. Porque, por enquanto, a única certeza é que, até que algo seja feito, qualquer bicho ali pode ser o próximo.
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