Há exatos dois anos, o Núcleo de Extensão Cultural (NEC) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) permanece interditado. A estrutura, comprometida por infestação de cupins e falta de manutenção, teve suas atividades interrompidas sem que até agora houvesse qualquer definição sobre a tão esperada reforma.
Responsável por abrigar oficinas e apresentações de teatro, dança, capoeira, música e literatura, o NEC era um dos poucos espaços públicos de referência para a difusão artística e formação cultural em Cajazeiras, funcionando como elo entre a universidade e a comunidade.
Na tentativa de reverter o quadro de abandono, artistas locais, representantes de coletivos culturais e membros da sociedade civil reuniram-se nesta quarta-feira (16) no miniauditório da UFCG. O encontro contou com a presença do coordenador do núcleo, professor Naldinho Braga, e de dirigentes da Associação dos Docentes Universitários de Cajazeiras (ADUC), que manifestaram apoio à pauta da revitalização.
A principal cobrança é objetiva: um cronograma realista para a execução das obras, com previsão orçamentária e prazos definidos. Até agora, no entanto, a administração da universidade não apresentou nenhuma proposta concreta. As respostas têm sido evasivas, alimentando a frustração de artistas que veem, na demora, o risco de desmobilização de iniciativas culturais que há anos resistem com recursos limitados.
“Não se trata apenas de recuperar um prédio. É a vida cultural de Cajazeiras que está sendo negligenciada”, resumiu um dos participantes do encontro, que preferiu não se identificar. O apelo dos artistas também destaca a ausência de alternativas temporárias para as atividades antes desenvolvidas no NEC.
A UFCG, procurada pela reportagem, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o andamento das tratativas ou a possibilidade de retomada das obras. Já os coletivos culturais afirmam que continuarão mobilizados até que o espaço volte a cumprir sua função pública.
Enquanto isso, as portas do NEC seguem fechadas — e com elas, um importante capítulo da vida cultural cajazeirense segue suspenso no tempo.
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