Nascido nos salões industriais da Inglaterra e da França no fim do século XIX — uma era em que até o vidro queria se expressar, o vidro fantasia (ou impresso, para os íntimos) cruzou o Atlântico e conquistou espaço no Brasil pós-Primeira Guerra, quando o país tentava se reconstruir entre o concreto e a criatividade.
Hoje, esse clássico que já foi sinônimo de banheiro de vó e porta de área de serviço reaparece repaginado e com moral no mundo do design de interiores. Modelos como o canelado, o martelado e o mini boreal abandonaram o ostracismo arquitetônico e foram promovidos a estrelas do décor contemporâneo.
A mágica está na sua habilidade quase diplomática de equilibrar privacidade e luminosidade. Ele filtra a luz natural como poucos, evita que o vizinho xereta veja mais do que deve e, de quebra, aposenta as cortinas — economizando tecido, espaço e paciência.
Não à toa, o vidro fantasia virou queridinho de arquitetos e designers que buscam sofisticação com um toque retrô e funcionalidade com um quê de ironia histórica. Afinal, poucas coisas envelhecem tão bem quanto um clássico que nunca se levou tão a sério.
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