Em pleno 2025, parece que ainda há quem queira fiscalizar o guarda-roupa alheio a golpes e puxões de cabelo. Uma jovem de 18 anos foi agredida dentro de uma galeria de arte em Curitiba por uma mulher que, segundo testemunhas, surtou com o fato de a estudante estar, vejam só, sem sutiã.
A confusão, que mais parece roteiro de uma peça absurda, foi gravada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver a agressora arrastando a jovem pelos cabelos pela galeria, um espaço que, ironicamente, deveria ser dedicado à contemplação e não à barbárie.
Segundo o advogado da vítima, Eduardo Holdorf, a estudante acabara de sair de um cursinho preparatório quando foi abordada na rua pela mulher, que disparou ofensas com teor preconceituoso e, em seguida, partiu para a violência. Detalhe: tudo porque achou ofensivo o jeito que a vítima estava vestida ou, no caso, o que ela deixou de vestir.
A Polícia Civil do Paraná confirmou que o caso está sob investigação e que a vítima prestou depoimento. A autora da agressão ainda será intimada.
Enquanto isso, o episódio serve de lembrete (mais um) de que o corpo feminino ainda é tratado como domínio público por quem acha que respeito é algo condicional e que o conceito de “liberdade individual” é um privilégio exclusivo dos próprios.
A galeria ainda não se manifestou publicamente sobre o ocorrido. Resta saber se, além de arte, seus corredores agora abrigam o surrealismo cotidiano da intolerância.
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