Antes de abrir a câmera do Zoom ou de encarar aquele grupo de WhatsApp que só serve pra marcar reunião que podia ser e-mail, existe um momento decisivo: o Pré-Tudo. Não está no calendário oficial, mas organiza a vida de milhões. É aquele respiro entre o despertador e o mundo real. Um território sagrado onde cabe café, scroll infinito, banho existencial e, com sorte, um pouco de silêncio.
Chamam de rotina matinal, mas a verdade é que o Pré-Tudo é mais importante do que o “tudo” que vem depois. Sem ele, a aula não flui, a reunião trava, o humor azeda e o dia escorrega. Com ele, talvez nada mude de fato, mas ao menos você sente que tentou.
Pré-Tudo não é uma marca, embora bem que podia ser. É um estado de espírito. Um protesto passivo-agressivo contra o imediatismo. Uma tentativa de organização emocional diante do caos generalizado. É a pausa estratégica antes do mundo pedir mais uma entrega “pra ontem”.
Alguns praticam o Pré-Tudo com yoga e chá verde. Outros com pão dormido e timeline. Há quem o transforme num ritual de autocuidado. E há quem só esteja tentando lembrar onde colocou a chave.
O que importa é entender: o Pré-Tudo não é um luxo, é um direito humano não declarado. Não subestime. Ignorá-lo é pedir pra explodir antes do meio-dia. E aí, só resta o Pós-Tudo. Que, como você bem sabe, nunca é bonito.
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