Mais de cinco séculos depois de ser traçado por Leonardo da Vinci, o Homem Vitruviano segue entregando pistas de um conhecimento que parecia antecipar descobertas científicas. Um estudo publicado no Journal of Mathematics and Arts pelo dentista londrino Rory Mac Sweeney propõe que a célebre figura humana inscrita em um círculo e um quadrado esconde também um triângulo equilátero, discretamente posicionado entre as pernas do modelo, que corresponderia ao chamado “triângulo de Bonwill”.
Essa estrutura anatômica, descrita formalmente apenas em 1864, conecta os incisivos inferiores aos côndilos mandibulares e é considerada um princípio fundamental da arquitetura craniofacial. Segundo Sweeney, Da Vinci teria usado o triângulo como elo entre a postura estática (o quadrado) e o potencial de movimento (o círculo), articulando uma relação matemática entre arte, anatomia e cinética séculos antes do reconhecimento científico dessa ligação.
O pesquisador afirma ainda que a repetição desse triângulo seis vezes em torno do umbigo forma um padrão hexagonal que se aproxima da chamada razão tetraédrica de 1,64 — proporção observada tanto em sistemas biológicos quanto em estruturas artificiais. Para ele, o desenho não é apenas um estudo anatômico, mas um diagrama preciso de proporções universais, revelando que Da Vinci, com rigor geométrico incomum para sua época, captou fundamentos da ordem matemática presente na natureza.
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