No Dia dos Pais, a casa de Jair Bolsonaro deve ganhar um movimento digno de reunião de família nordestina, mas sob as regras estritas do Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes autorizou que o ex-presidente, em prisão domiciliar, receba a visita de mais oito parentes além dos filhos já liberados. A decisão, publicada na sexta-feira (8), abre as portas para sogros, sobrinhos, neta, nora e até um cunhado, irmão de criação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, circularem pela residência neste domingo (10), entre 10h e 18h.
O pacote de permissões veio com carimbo do inquérito em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é investigado por suposta articulação com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para retaliar o governo brasileiro e ministros do STF. Apesar do clima familiar, o ambiente estará longe da espontaneidade de um almoço de domingo: celulares e câmeras seguem proibidos, e as condições já fixadas pelo Supremo continuam valendo.
Nesta primeira semana de prisão domiciliar, Bolsonaro já recebeu um fluxo constante de visitas autorizadas, muitas de aliados políticos, como o governador paulista Tarcísio de Freitas, que apareceu na quinta-feira (7). Outros, porém, ficaram de fora da lista de convidados, caso do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), cujo pedido foi negado por Moraes. Motivo: o parlamentar também é alvo de investigação na Corte.
Assim, entre laços de sangue, conexões políticas e restrições judiciais, o domingo de Bolsonaro deve ser uma espécie de “visita íntima coletiva”, porém sem a intimidade que celulares e redes sociais poderiam proporcionar, e com cada passo medido pelo relógio e pela caneta do Supremo.
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