O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, que se estende até 12 de setembro, deixou a oposição sem margem para adiar um debate inevitável: quem será o nome da direita nas próximas eleições presidenciais.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é hoje o candidato preferido de caciques políticos como Valdemar Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP), Gilberto Kassab (PSD) e Marcos Pereira (Republicanos). Sua força está no capital político que vem acumulando em Brasília, sobretudo com a defesa da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, tema que tem mobilizado sua base.
Na última quarta-feira (3), Tarcísio esteve com Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, em busca de espaço na pauta legislativa. Mas, apesar do apoio partidário, a equação só se completa com um sinal de Bolsonaro, que até agora não se manifestou. Nos bastidores, a palavra final passaria pelo senador Flávio Bolsonaro, responsável por conduzir as conversas de família.
No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil) tenta costurar uma saída intermediária: reduzir as penas da chamada “massa de manobra” do 8 de janeiro, sem beneficiar líderes e financiadores. A ideia, no entanto, enfrenta resistência do presidente Lula, que não deseja ver alternativas ao tema fortalecendo a figura de Tarcísio.
O impasse deixa claro que, mais do que acompanhar o desfecho no STF, os partidos de oposição testam agora sua própria capacidade de reorganização sem depender exclusivamente do carisma de Bolsonaro.
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