A Receita Federal anunciou nesta semana a regulamentação do Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB) e do Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais (SINTER), ferramentas que devem redefinir a forma como imóveis são avaliados e tributados no país.
A partir de 2026, cada propriedade terá um código único, um verdadeiro “CPF do imóvel”, com informações atualizadas em tempo real por cartórios, estados e municípios. O objetivo é criar um banco de dados nacional com os valores de mercado de todos os imóveis, substituindo tabelas defasadas que hoje servem de referência para o cálculo do IPTU.
O efeito imediato, segundo especialistas, será o aumento da base de cálculo dos tributos. Se o valor de mercado de um imóvel for superior ao estimado atualmente pelo município, o proprietário poderá ver seu IPTU praticamente dobrar, mesmo sem alteração nas alíquotas.
“O sistema é um avanço em termos de transparência e uniformidade, mas representa um aumento inevitável na arrecadação municipal e um impacto direto no bolso dos contribuintes”, explica o economista Leonardo Alves. Para muitos, a mudança simboliza a modernização do fisco, mas também reforça a necessidade de planejamento financeiro para evitar surpresas.
O governo defende que a atualização dos valores permitirá uma tributação mais justa, alinhada à realidade do mercado, mas a iniciativa também suscita debates sobre o peso dos impostos sobre a classe média e a propriedade urbana no Brasil.
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