A condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, em decisão do STF, dividiu profundamente a base de apoio ao ex-presidente. No coração dessa divisão, a bancada do Partido Liberal (PL), uma das maiores da Câmara com 88 deputados, tenta consolidar uma estratégia: buscar a anistia para Bolsonaro e outros envolvidos na tentativa de golpe. Mas esse plano está longe de ser um caminho fácil.
A proposta de anistia se tornou a bandeira única do PL, mas seu andamento no Congresso está emperrado. A falta de definição de prazos e de relator para o projeto por parte de Arthur Lira, presidente da Câmara, tem gerado incertezas. A articulação, por ora, encontra resistência dentro da própria base aliada.
Dentro do centrão, as opiniões estão divididas. Um grupo busca uma solução mais moderada, propondo uma revisão do Código Penal, que poderia suavizar as penas, mas sem recorrer a uma anistia formal. A medida não agrada a todos, e as articulações se tornam cada vez mais tensas.
Mesmo que o projeto avance na Câmara, o caminho até o Senado é recheado de obstáculos. Otto Alencar, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, já deu sinais de que não pautará um texto que trate de anistia ampla, o que criaria um bloqueio real para a proposta.
A oposição, por sua vez, está focada em outras frentes. A CPMI do INSS, que ganhou notoriedade com a prisão de suspeitos de desvios de aposentadorias, é uma dessas frentes, trazendo uma nova arena de combate político.
Por sua vez, os partidos do centrão também avançam na PEC da blindagem, uma proposta que visa tirar do Supremo Tribunal Federal os processos envolvendo parlamentares, criando uma espécie de “imunidade” para membros do Congresso. O cenário está longe de ser definido, com articulações intensas e caminhos cada vez mais complexos para todas as partes envolvidas.
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