Na manhã desta quarta-feira (17), a Polícia Federal deu um golpe duro contra um esquema de corrupção e crimes ambientais que envolvia autoridades de diferentes esferas do governo. O alvo da operação foi Rodrigo de Melo Teixeira, ex-superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, que foi preso em uma ação que desmantelou uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, fraudes ambientais e suborno de servidores públicos.
Teixeira, que até recentemente ocupava a função na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), foi preso em conexão com um esquema de suborno e manipulação de autorizações ambientais. O grupo envolvido com Teixeira teria subornado servidores de órgãos como a ANM, o IPHAN e a Fundação Estadual do Meio Ambiente para liberar licenças ambientais fraudulentas. Essas licenças permitiram a exploração ilegal de minério de ferro em áreas de preservação e locais tombados, colocando em risco tanto o meio ambiente quanto as comunidades ao redor.
Ao todo, a operação resultou na prisão de 17 pessoas, com 22 mandados expedidos. Entre os detidos, está também Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), e Gilberto Henrique Horta de Carvalho, conhecido como Gilberto Carvalho, um lobista político ligado ao grupo de Nikolas Ferreira (PL-MG).
A investigação, que já dura desde 2020, apontou que o esquema gerou propinas de mais de R$ 3 milhões, além de envolvimento em projetos de exploração ilegal de minérios que somam um valor potencial superior a R$ 18 bilhões. As autoridades identificaram que o grupo criminoso contava com servidores públicos a serviço de interesses privados, com a promessa de vantagens ilícitas para facilitar as atividades ilegais.
Como resultado da operação, a Justiça Federal ordenou o afastamento de servidores públicos envolvidos, bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e a suspensão das atividades de diversas empresas envolvidas no esquema. Além de Teixeira, outros membros do conglomerado criminoso poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, organização criminosa, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.
A operação reflete a crescente pressão contra a corrupção no Brasil, mas também expõe a complexidade e a resistência de redes criminosas que permeiam órgãos públicos e grandes empresas. Com mais de 40 companhias investigadas, a ação representa um passo importante na luta contra a exploração ilegal e os danos causados ao meio ambiente, mas ainda deixa claro o tamanho do desafio para erradicar essas práticas do sistema.
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