O União Brasil decidiu, nesta quinta-feira (18), que todos os seus filiados que ocupam cargos de confiança no governo federal devem se desligar em até 24 horas. A resolução foi aprovada pela Executiva Nacional e representa a consolidação do rompimento da federação União Progressista, formada pelo União e pelo Progressistas (PP), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A medida atinge de forma mais imediata o ministro do Turismo, Celso Sabino (PA), único integrante do União no primeiro escalão. Sabino resiste à pressão e tenta negociar sua permanência, argumentando que a pasta é estratégica para o partido, sobretudo às vésperas da COP30, em Belém. O Palácio do Planalto, por sua vez, já sinalizou que sua escolha foi pessoal de Lula, o que poderia abrir caminho para que ele se desligasse do partido e permanecesse no cargo.
Além do Turismo, a legenda também possui influência em outras duas pastas: Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes, e Comunicações, sob Frederico Silveira. No entanto, como ambos não são filiados ao União, não estão sujeitos à ordem de exoneração.
Nos bastidores, parlamentares da sigla avaliam que a ruptura é também um movimento estratégico para ampliar margem de negociação no Congresso. A legenda busca reforçar protagonismo em pautas econômicas e na disputa por emendas, com foco nas eleições de 2026.
Com cerca de 60 deputados e oito senadores, o União Brasil detém uma das maiores bancadas do Congresso. A saída do partido e do PP enfraquece a base de Lula em votações de maior complexidade, embora aliados do governo afirmem que a aliança não era determinante para a governabilidade.
Entre dirigentes do União, há quem critique o tom abrupto da decisão. Alguns defendiam uma saída gradual, para reduzir desgaste em estados onde a legenda tem forte presença eleitoral. Ainda assim, a resolução já está em vigor e deve gerar efeitos práticos nos próximos dias, em meio às negociações sobre espaços políticos na Esplanada e no Legislativo.
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