A tecnologia está mudando a forma como os imóveis são avaliados. Durante décadas, definir o preço de uma casa dependia de avaliações subjetivas e referências pouco precisas. Agora, ferramentas de inteligência artificial começam a refinar esse processo, tornando-o mais transparente e baseado em dados concretos.
Nos Estados Unidos, a plataforma Zillow popularizou estimativas automatizadas, usando registros públicos para prever valores de mercado. O método fez sucesso, mas revelou fragilidades. A ferramenta cometeu erros de precificação que resultaram em prejuízos milionários, incluindo uma perda significativa para o próprio CEO da empresa.
No Brasil, onde boa parte das transações ocorre sem acesso a dados consolidados, a startup QuintoAndar desenvolveu o QPreço. A ferramenta se diferencia ao usar valores reais de contratos fechados dentro da própria plataforma, diminuindo distorções comuns em sistemas que dependem apenas de anúncios.
Além do histórico de negociações, o QPreço considera aspectos que influenciam diretamente o mercado, como infraestrutura da região, nível de oferta e demanda e até imagens do estado do imóvel. Essa abordagem busca acompanhar as expectativas dos compradores e vendedores, trazendo mais previsibilidade às negociações.
O impacto dessas tecnologias ainda está sendo calculado, mas a tendência é clara. Quanto mais dados forem incorporados ao setor imobiliário, menor será a margem para subjetividade na precificação. Para quem compra e para quem vende, a precisão pode significar negócios mais justos e decisões melhor informadas.
Por Hermano Araruna
Comente sobre o post