A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (4) pela rejeição do recurso da defesa do Padre Egídio de Carvalho Neto e pela manutenção da prisão preventiva, atualmente convertida em prisão domiciliar. Relatora do caso, a ministra destacou que as decisões anteriores da Justiça da Paraíba e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estão alinhadas ao entendimento do STF no combate a organizações criminosas.
O julgamento acontece na Primeira Turma do STF e seguirá até a próxima sexta-feira (11), ainda aguardando os votos dos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin.
Organização criminosa e desvio de recursos da saúde
Padre Egídio é investigado por suposta liderança de uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 140 milhões da área da saúde na Paraíba, durante sua gestão à frente do Hospital Padre Zé, em João Pessoa. O escândalo teve grande repercussão no estado, especialmente após a Polícia Civil deflagrar a operação que revelou compras milionárias de artigos de luxo, carros importados e imóveis de alto padrão, tudo supostamente financiado com recursos públicos.
Na decisão, Cármen Lúcia ressaltou que “a necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa enquadra-se no conceito de garantia da ordem pública, constituindo fundamentação cautelar idônea e suficiente para a prisão preventiva”.
A defesa de Egídio alega perseguição religiosa e nega as acusações, mas as investigações apontam para uma suposta rede de colaboradores que inclui ex-diretores do hospital e pessoas ligadas à gestão do padre.
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