Em um raro momento de alívio para o bolso (e para o coração) dos brasileiros, as fraudes com cartões de crédito e débito deram uma trégua em 2024. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a queda foi de 18% em relação ao ano anterior. Já quando se olha para a quantidade de transações, a redução foi um pouco menor, mas ainda animadora: 15%.
O recuo, no entanto, não é um fenômeno isolado. Em dois anos, o índice de fraudes por volume de transações caiu 33%. E, considerando o número de operações, o tombo foi ainda maior: 34,6%. Ou seja, os criminosos estão com menos sucesso — ou os sistemas antifraude estão ficando mais espertos. Provavelmente, um pouco dos dois.
Ainda assim, a cena não está livre de vilões. Enquanto os cartões enfrentam cerca de quatro fraudes a cada 100 mil transações presenciais, o Pix, que virou queridinho dos brasileiros, encerrou 2024 com 15 golpes para o mesmo número de operações. Um número que faz o Pix parecer aquele primo animado do churrasco: rápido, prático, mas às vezes, mete os pés pelas mãos.
De olho nisso, a Abecs defende uma solução no mínimo curiosa: permitir que o Pix seja usado com cartão de crédito. A proposta soa como misturar suco detox com coxinha — inusitada, mas quem sabe não funciona? Segundo a entidade, a integração poderia deixar as transferências mais seguras e, de quebra, trazer para o mundo digital as camadas de proteção que os cartões já oferecem.
No final das contas, parece que estamos vencendo batalhas importantes contra os fraudadores. Mas como em toda boa novela brasileira, o próximo capítulo promete reviravoltas. Até lá, cuidado com links suspeitos, senhas fracas e promessas de dinheiro fácil — a única coisa que vem fácil mesmo é dor de cabeça.
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